Por que temos sentimentos de inferioridade?

O sentimento de inferioridade em relação aos outros pode ser entendido através de vários conceitos psicanalíticos, como o superego, os mecanismos de defesa e as experiências infantis.

Superego: Freud descreve o superego como a parte da mente que internaliza as normas, valores e moralidades da sociedade e dos pais. Ele age como uma espécie de juiz ou censor, criticando e avaliando os comportamentos e pensamentos do indivíduo. Quando o superego é excessivamente rígido ou severo, pode levar a sentimentos de culpa e inadequação, fazendo a pessoa se sentir inferior aos outros.

Experiências Infantis: As experiências na infância, especialmente as interações com os pais e outras figuras de autoridade, podem influenciar profundamente a autoimagem de uma pessoa. Se uma criança cresce em um ambiente onde é frequentemente criticada ou comparada desfavoravelmente com os outros, pode internalizar esses sentimentos de inadequação, carregando-os para a vida adulta.

Mecanismos de Defesa: Freud descreveu vários mecanismos de defesa que o ego usa para lidar com a ansiedade e conflitos internos. Um desses mecanismos é a comparação com os outros. Quando uma pessoa se sente insegura ou ameaçada, pode se comparar desfavoravelmente com os outros como uma forma de lidar com esses sentimentos, projetando sua própria inadequação percebida nos outros.

Complexo de Édipo: Durante o desenvolvimento psicossexual, Freud acreditava que as crianças passam por um estágio onde sentem desejo pelo pai do sexo oposto e rivalidade com o pai do mesmo sexo. Se esse conflito não é resolvido adequadamente, pode levar a sentimentos persistentes de inferioridade e inadequação.

Ideal do Ego: Freud também falou sobre o ideal do ego, que é uma representação interna dos ideais e aspirações do indivíduo. Quando há uma grande disparidade entre o ideal do ego e a realidade percebida, a pessoa pode sentir-se inferior e incapaz de alcançar seus próprios padrões elevados.

Para Freud, o sentimento de inferioridade em relação aos outros pode surgir de uma combinação de um superego crítico, experiências infantis negativas, mecanismos de defesa psicológicos, conflitos não resolvidos e a disparidade entre o ideal do ego e a realidade. Essas influências combinadas podem levar a uma percepção persistente de inadequação e inferioridade.